A Eucaristia é o Sacramento do Amor, pois “Deus é Amor” ( I João 4,8) . Instituído pelo próprio Amor, Jesus Cristo, que “tendo-os amado, até o extremo os amou” (João 13,1)
"Trabalhai, não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, alimento que o FILHO do Homem vos dará, pois DEUS, o PAI, O marcou com um selo". ( João 6,27)
"EU sou o Pão da Vida. Quem vem a Mim, nunca mais terá fome e o que crê em MIM nunca mais terá sede". (Jo 6,35)
"EU sou o Pão Vivo descido do Céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente”. (Jo 6,51)
"E tomou um pão, deu graças, partiu e distribuiu-o a eles, dizendo: Isto é o Meu Corpo que é dado por vós. Fazei isto em Minha memória. E, depois de comer, fez o mesmo com o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em Meu Sangue, que é derramado em favor de vós". (Lc 22,19-20)
"LANCIANO, Itália, ano 700" – Breve relato de São Longino
O Milagre ocorreu no ano 700 de nossa era e causou um efeito admirável, porque atuou preponderantemente sobre a crença daquele Sacerdote Basiliano e sobre a fé de muitas pessoas frias e indiferentes, que não acreditavam na Sagrada Eucaristia, na presença Real de JESUS, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, na Hóstia e no Vinho Consagrados. Aquele Milagre converteu a vida de todos eles.
É importante destacar que desde a data do acontecimento, a Igreja acolheu o fato como “um verdadeiro Sinal do Céu” e venerou o Corpo e o Sangue do SENHOR nas procissões que anualmente são realizadas no dia da Festa, último domingo do mês de Outubro.
O Sangue do SENHOR após o acontecimento Sobrenatural, coagulou em cinco porções, como se fossem cinco pelotas. Elas guardam uma incrível propriedade: cada bola de sangue coagulado tem o mesmo peso que as outras juntas, e as mesmas composição.
O Sangue adquiriu uma cor marrom-sépia. A Carne ficou com uma cor grená-escuro. Entretanto, quando se coloca uma lâmpada por trás, ela adquire uma cor rosada.
A Igreja de Lanciano permaneceu sob a custódia dos Monges de São Basílio até 1176, quando assumiram os Padres Beneditinos e permaneceram até 1252. A seguir vieram os Franciscanos e tiveram que fazer muitas obras, porque a estrutura do templo estava comprometida.
Em 1258, os Franciscanos construíram uma nova Igreja, no local da antiga, e a colocaram sob a proteção de São Francisco.
Estudos recentes mostram a veracidade do milagre
Ao longo dos séculos, muitas pesquisas foram feitas com a Carne e o Sangue do Milagre Eucarístico. As investigações modernas foram concluídas em 1970 e atestaram:
1 – A Carne é verdadeira carne humana.
2 – A Carne é um pedaço do tecido muscular do coração (miocárdio).
3 – O Sangue também é humano.
4 – A Carne e o Sangue tem o mesmo tipo sanguíneo: “AB”.
5 – No Sangue encontram-se proteínas na mesma proporção que se encontra num sangue humano vivo.
6 – No Sangue também se encontram sais minerais em proporções idênticas as encontradas num ser humano normal: dosagem do cloro, fósforo, magnésio, potássio, sódio e do cálcio.
7 – A preservação da Carne e do Sangue durante 12 séculos, sem a ajuda de qualquer conservante ou ingrediente químico, é perfeita e admirável.
No final do século XIII surgiu em Lieja, Bélgica, um Movimento Eucarístico cujo centro foi a Abadia de Cornillon fundada em 1124 pelo Bispo Albero de Lieja. Este movimento deu origem a vários costumes eucarísticos, como por exemplo, a exposição e bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos durante a elevação na Missa e a festa do Corpus Christi.
Santa Juliana de Mont Cornillon, priora da Abadia, foi escolhida, por Deus para criar esta Festa. A santa desde jovem teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento. Esperava que algum dia tivesse uma festa especial ao Sacramento da Eucaristia. Este desejo, conforme a tradição foi intensificado por uma visão que teve da Igreja sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significada a ausência dessa solenidade.
Juliana comunicou esta imagem a Dom Roberto de Thorete, bispo de Lieja, também ao douto Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos e Jacques Pantaleón, mais tarde o Papa Urbano IV. A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264, 6 anos após a morte de irmã Juliana em 1258, com 66 anos. Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em 1599 pelo Papa Clemente VIII.
Dom Roberto não viveu para ver a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de outubro de 1246, mas a festa foi celebrada pela primeira vez no ano seguinte, na quinta-feira após à festa da Santíssima Trindade. Mais tarde um bispo alemão conheceu os costumes e o levou por toda atual Alemanha.
Milagre de Bolsena
Certa vez, quando o padre Pedro de Praga, celebrou uma Missa na cripta de Santa Cristina, em Bolsena, Itália, aconteceu um milagre eucarístico: da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.
O Papa Urbano IV (1262-1264), que residia em Orvieto, cidade próxima de Bolsena, onde vivia S. Tomás de Aquino, informado do milagre, então, ordenou ao Bispo Giacomo que levasse as relíquias de Bolsena a Orvieto. Isso foi feito em procissão. Quando o Papa encontrou os fiéis caminhando na entrada de Orvieto, teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: "Corpus Christi".
Ainda hoje se conservam, em Orvieto, os corporais onde se apóia o cálice e a patena durante a Missa e também se pode ver a pedra do altar em Bolsena, manchada de sangue.
Instituição da Festa
O Santo Padre movido pelo prodígio, e pelo pedido de vários bispos, fez com que se estendesse a festa do Corpus Christi a toda a Igreja por meio da bula "Transiturus" de 8 setembro do mesmo ano, fixando-a para a quinta-feira depois da oitava de Pentecostes.
O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu logo em seguida (2 de outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto, prejudicando a difusão da festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e, no Concílio Geral de Viena (1311) ordenou mais uma vez a adoção desta festa.
Em 1317 é promulgada uma recopilação de leis, por João XXII, e assim a festa é estendida a toda a Igreja. Na diocese de Colônia na Alemanha, a festa de Corpus Christi é celebrada antes de 1270.
Procissão
Na paróquia de Saint Martin em Liège, em 1230, quando começou as homenagens ao Santíssimo Sacramento a procissão eucarística acontecia só dentro da igreja. Em 1247, aconteceu a primeira procissão eucarística pelas ruas de Liège, já como festa da diocese. Depois se tornou festa nacional na Bélgica.
Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da celebração. Porém estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martinho V e Eugênio IV, e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV.
Finalmente, o Concílio de Trento declara que muito piedosa e religiosamente foi introduzido na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, o santíssimo seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos.
Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade.
Tapetes, arte e religiosidade
Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo.
No dia dedicado ao Corpo de Deus (Corpus Christi), várias cidades brasileiras, organizam procissões, que percorrem as ruas enfeitadas com tapetes. A confecção de tapetes de rua é uma magnífica manifestação de arte popular
Utilizando diversos tipos de materiais, como serragem colorida, borra de café, farinha, areia e alguns pequenos acessórios, como tampinhas de garrafas, flores e folhas, as pessoas montam, com grande arte, um tapete pelas ruas, formando desenhos relacionados ao Santíssimo.
Por este tapete passa a procissão, o sacerdote vai á frente carregando o ostensório e em seguida pelas pessoas que participam da festa. Tudo isto tem muito sentido e deve ser preservado.
Devoção no Brasil
A tradição de fazer o tapete com folhas e flores vem dos imigrantes açorianos. Essa tradição praticamente desapareceu em Portugal continental, onde teve origem, mas foi mantida nos Açores e nos lugares em que chegaram seus imigrantes, como por exemplo Florianópolis-SC.
As procissões portuguesas eram esplendorosas: tropas, fidalgos, cavaleiros, andores, danças e cantos. A imagem de São Jorge, padroeiro de Portugal, seguia a procissão montada em um cavalo, rodeada de oficiais de gala.
O barroco enriqueceu esta festa com todas as suas características de pompa. Em todo o Brasil esta festa adquiriu contornos do barroco português. Corpus Christi é celebrado desde a época colonial com uma abundância de cores. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.
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