terça-feira, 6 de março de 2012

* Ex-ministro petista Zé Dirceu afirma que cristãos querem impor visão “preconceituosa e repressiva” a sociedade brasileira.

março 3rd, 2012

O ex-ministro chefe da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu, publicou texto em seu blog afirmando que os evangélicos pretendem impor à sociedade uma visão “preconceituosa e repressiva”, e “patrulhar todas as políticas públicas com relação às questões do aborto e da homossexualidade”.

Zé Dirceu, como é conhecido, está afastado da política após ter tido seu mandato cassado em 2005, por suas ligações com o esquema do mensalão. Mesmo com os direitos políticos suspensos até 2013, o ex-deputado e ex-ministro é um dos homens mais influentes dentro do Partido dos Trabalhadores ao lado de Gilberto Carvalho, posição conquistada durante a campanha que elegeu Lula como presidente em 2002.

Para ele, é necessário reforçar a posição do ex-ministro Fernando Haddad a favor do kit-gay, que foi barrado devido à pressão dos evangélicos. “Não podemos ficar na defensiva e no recuo frente à violência e à chantagem de certos setores evangélicos que querem interditar o debate sobre esses temas no país”, escreveu, referindo-se ao debate sobre os direitos homossexuais e ao aborto.

As polêmicas declarações de Zé Dirceu vem à tona pouco tempo depois da crise entre o governo e líderes e políticos evangélicos, motivada pelas declarações do ministro Gilberto Carvalho, sobre a necessidade de se estabelecer uma disputa ideológica com os evangélicos.

À época dessas declarações, o jornalista Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja, escreveu artigo afirmando que políticos do PT veem os evangélicos como última barreira para implementação do plano de poder do partido.

-“Mas só quem desconhece a natureza do PT para se constituir como partido único (não de direito, mas de fato) apostaria numa futura convivência pacífica. Atenção! Não pode existir vontade organizada fora do partido. É uma questão de princípio. O PT, hoje, não quer, é evidente, o socialismo à moda antiga. Ele o quer à moda moderna: ser o ente de razão que gere a sociedade em todos os seus domínios. E os evangélicos tendem, no futuro, a atrapalhar esses propósitos”, escreveu o jornalista.

Especialistas políticos afirmam que a recente nomeação de Marcelo Crivella (PRB-RJ) para o Ministério da Pesca foi uma manobra do governo para aproximar-se dos evangélicos. O novo ministro, porém, afirmou que temas aborto e da família são muito sérios para os evangélicos: “Ela [presidente Dilma Rousseff] pode colocar todo o ministério evangélico que, se ela aprovar leis que são contra a família e contra a vida, vai perder o apoio dos evangélicos. Nesse caso, não tem santo que ajude”.

Confira abaixo a íntegra do artigo “O desserviço que o preconceito impõe à democracia”, escrito pelo ex-ministro e deputado cassado José Dirceu (PT-SP):

Temos que destacar e apoiar a posição do pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, quando denuncia o uso político dado à polêmica sobre o aborto, na eleição de 2010, e, recentemente, ao kit anti-homofobia, do Ministério da Educação, quando foi ministro da pasta.

Ele está certo quando taxou de “torpe” a forma como essas discussões foram encaminhadas e aproveitadas politicamente. De acordo com Haddad, o uso destes temas incentiva o preconceito e promove a violência.

“Isso não faz bem para o Brasil”, frisou ele. Haddad ressaltou que o kit anti-homofobia surgiu de uma demanda de emenda parlamentar. Ainda assim, devido às críticas da bancada evangélica contra a distribuição do material nas escolas, a iniciativa foi suspensa. Segundo o ex-ministro, no entanto, o kit foi usado em cursos de formação de professores.

Não podemos ficar na defensiva e no recuo frente à violência e à chantagem de certos setores evangélicos que querem interditar o debate sobre esses temas no país e patrulhar todas as políticas públicas com relação às questões do aborto e do homossexualidade. Esses grupos buscam impor ao Estado brasileiro uma visão preconceituosa e repressiva. Os que dão guarida a esse comportamento violento que introduz em nossa sociedade o ovo da serpente do preconceito e do racismo prestam um desserviço à democracia e à convivência social.

G Notícias

* Antigo governo socialista da Espanha aprovou aborto para jovens de 16 anos. Governo atual objetiva mudar essa lei diabólica.

março 6th, 2012

O governo socialista espanhol (liderado por Zapatero do PSOE de 2004 a 2011) começou em 2009 um processo de descriminalização do aborto, propondo através do Parlamento uma nova lei que permitiria totalmente o aborto até a décima quarta semana de gestação e diminuiria a idade de consentimento (a partir a qual a mulher pode por sua própria vontade interromper sua gravidez, sem necessitar de autorização dos pais ou responsáveis) para 16 anos de idade.

Mais de um milhão de espanhóis foram às ruas protestar contra liberação e centenas de cientistas (em sua maioria professores universitários de Biologia, Genética, Bioquímica, etc.) manifestaram um abaixo-assinado intitulado “Declaración de Madrid”, no qual assertam peremptoriamente que a vida começa na concepção e se mostram contrários à nova legislação.

Logo outras centenas de cientistas subscreveram ao abaixo-assinado.

“Os abaixo assinados, professores universitários, pesquisadores, acadêmicos e intelectuais de diferentes profissões, diante da iniciativa do Grupo Socialista no Congresso, por intermédio da Subcomissão do aborto, de promover uma lei de prazos*, subscrevemos o presente Manifesto em defesa da vida humana em sua etapa inicial, embrionária e fetal e rechaçamos sua instrumentalização ao serviço de lucrativos interesses econômicos ou ideológicos.

Em primeiro lugar, exigimos uma correta interpretação dos dados científicos em relação à vida humana em todas suas etapas e a este respeito desejamos que se tenham em consideração os seguintes fatos:

a) Existe abundante evidência científica de que a vida começa no momento da fecundação. Os conhecimentos mais atuais assim o demonstram: a Genética assinala que a fecundação é o momento em que se constitui a identidade Genética singular; a Biologia Celular explica que os seres pluricelulares se constituem a partir de uma única célula inicial, o zigoto, em cujo núcleo se encontra a informação Genética que se conserva em todas as células e é a que determina a diferenciação Celular; a Embriologia descreve o crescimento e revela como se desenvolve sem solução de continuidade.

b) O zigoto é a primeira realidade corporal do ser humano. Após a constituição do material genético do zigoto, procedente dos núcleos gaméticos materno e paterno, o núcleo resultante é o centro coordenador do crescimento, que reside nas moléculas de ADN, resultado da adição dos genes paternos e maternos em uma combinação nova e singular.

c) O embrião (desde a fecundação até a oitava semana) e o feto (a partir da oitava semana) são as primeiras fases do crescimento de um novo ser humano e no claustro materno não formam parte da individualidade nem de nenhum órgão da mãe, não obstante dependa desta para seu próprio crescimento.

d) A natureza biológica do embrião e do feto humano é independente do modo em que se tenha originado, seja proveniente de uma reprodução natural ou produto de reprodução assistida.

e) Um aborto não é somente a “interrupção voluntária da gravidez” mas um ato simples e cruel de “interrupção de uma vida humana”.

f) É preciso que a mulher a quem se proponha abortar adote livremente sua decisão, depois de um conhecimento informado e preciso do procedimento e as consequências.

g) O aborto é um drama com duas vítimas: uma morre e a outra sobrevive e sofre diariamente as consequências de uma decisão dramática e irreparável. Quem aborta é sempre a mãe e quem sofre as consequências também, embora seja o resultado de uma relação repartida e voluntária.

h) É portanto preciso que as mulheres que decidam abortar conheçam as sequelas psicológicas de tal ato e em particular do quadro psicopatológico conhecido como “Síndrome Pós-Aborto” (quadro depressivo, sentimento de culpa, pesadelos recorrentes, alterações de comportamento, perda de autoestima, etc.).

i) Dada a transcendência do ato para ele se exige a intervenção de pessoal médico é preciso respeitar a liberdade de objeção de consciência nesta matéria, posto que não se pode obrigar a ninguém a agir contra ela.

j) O aborto é ademais uma tragédia para a sociedade. Uma sociedade indiferente à matança de cerca de 120.000 bebês ao ano é uma sociedade fracassada e doente.

k) Longe de significar a conquista de um direito à mulher, uma Lei de Aborto sem limites estabeleceria a mulher como a única responsável de um ato violento contra a vida de seu próprio filho.

l) O aborto é especialmente duro para uma jovem de 16-17 anos, a quem se pretende privar da presença, do conselho e do apoio de seus pais para tomar a decisão de seguir com a gravidez ou abortar. Obrigar uma jovem a decidir sozinha a tão prematura idade é uma irresponsabilidade e uma forma clara de violência contra a mulher.

Em suma, consideramos que as conclusões que o Grupo Socialista no Congresso, por intermédio da Subcomissão do aborto, transferiu ao Governo para que se ponha em andamento uma lei de prazos*, agravam a situação atual e ignoram uma sociedade que, longe de desejar uma nova Lei para legitimar um ato violento para o não nascido e para sua mãe, exige uma regulação para deter os abusos e a fraude legal dos centros onde se põem em prática os abortos.”

* “Ley de plazos” é como os hispanos denominam uma lei que permite totalmente o aborto nas primeiras semanas da gestação.

Lamentavelmente, a lei acabou sendo aprovada em fevereiro de 2010 e vigora desde julho do mesmo ano em toda a Espanha.

Permanece contudo o manifesto de mais de 2.000 autoridades – mestres, cientistas, acadêmicos, doutores, médicos e outros profissionais (inclusive obstetras, farmacêuticos, filósofos e até escritores e advogados) – que não têm medo de exclamar o óbvio já diversas vezes reafirmado desde Hipócrates e cientificamente comprovado à exaustão de que A VIDA HUMANA COMEÇA NA FERTILIZAÇÃO DO ÓVULO, E A CONTAR DAQUELE MOMENTO QUALQUER ATITUDE VOLUNTÁRIA QUE IMPEÇA O DESENVOLVIMENTO DESSA VIDA ENCAIXA-SE PERFEITAMENTE NA DEFINIÇÃO DE HOMICÍDIO!

Ressalvemos que os subscreventes não aparentam ter qualquer comprometimento religioso, tanto é que eles até admitem em seu manifesto a possibilidade de que o aborto seja, afinal de contas, realizado! Mas a questão não é essa, a questão é que eles reconhecem, e qualquer um informado e intelectualmente honesto também há de reconhecer, a verdade inconcussa, inconteste e irrefragável: aborto é por definição homicídio!

***

O novo governo da Espanha está mudando essa lei diabólica.

Os socialistas não tem limites éticos nem morais, em nome da ideologia, da suposta liberdade de escolha e do sacrifício dos valores cristãos quando se trata do aborto.

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