quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A origem da Igreja Católica e do Papado


Há quem diga que o título de Católica só foi atribuído à Igreja pelo Concílio de Constantinopla I em 381 por decreto do Imperador Teodósio - alegação esta desmentida pelo fato mesmo de que já S. Inácio de Antioquia, nos primeiros anos do século II, falava de Igreja Católica. Quanto ao termo Papa, só foi aplicado ao Bispo de Roma no século V de maneira enfática; todavia a função de Pedro como chefe do colégio apostólico já está delineada nos escritos do Novo Testamento; no caso, o que importa não é o nome, mas o exercício da função.


O seguinte artigo de um jornal deixou vários leitores confusos. Daí então, vamos as respostas.


A ORIGEM DO VATICANO E DO PAPA: A Igreja recebeu o nome de "católica" somente no ano 381, no Concílio "Conctos Populos" dirigido pelo imperador romano Teodósio. Devido às alterações que fez, deixou de ser apostólica e não sabemos como pode ser romana e universal ao mesmo tempo. (Hist. Ecles., I pg. 47, Riva ux). Até o século V não houve "papa" como conhecemos hoje. Esse tratamento de ternura começou a ser aplicado a todos os bispos a partir do ano 304. (Cônego Salin, Ciência e Religião. Tom. 2 pg. 56).

O texto em foco contém várias imprecisões (para não dizer vários erros), como se evidenciará nas linhas seguintes.

1. Igreja Católica: desde quando?

A expressão "Igreja Católica" não tem origem no fim do século IV, mas encontra-se sob a pena de S. Inácio, Bispo de Antioquia (+107 aproximadamente), que nos primeiros anos do século II escrevia: "Onde quer que se apresente o Bispo, ali esteja também a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus nos assegura a presença da Igreja Católica" (Aos Esmlrnenses 8,2).

A expressão "católica" parece designar, em primeira instância, a universalidade da Igreja (ela está em toda parte, e não somente nesta ou naquela comunidade). Todavia os intérpretes do texto julgam que algo mais está dito aí: S. Inácio terá tido em vista a Igreja autêntica, verdadeira, perfeita. Desde fins do século II se torna freqüente o sentido de universal, sem, porém, excluir o de autêntica, isto é, portadora de todos os meios de salvação instituídos por Cristo. Esta segunda acepção se tornava necessária pelo fato de haver correntes ou "igrejinhas" heréticas, separadas da Igreja grande, nos primeiros séculos (como até hoje as há).

O sentido de "autêntica" atribuído ao adjetivo "católica" encontra-se regularmente nos escritos dos primeiros séculos. A partir do século III, pode-se dizer que "católica" significa a verdadeira Igreja, esparsa pelo mundo ou também alguma comunidade local que esteja em comunhão com a Grande Igreja. Quanto à origem da palavra "católico", é preciso procurá-la no grego profano. Com efeito; para Aristóteles (+322 a.C.), "kath'holon" significa "segundo o conjunto, em geral"; o vocábulo é aplicado às proposições universais. O filósofo estóico Zenon (+262 a.C.) escreveu um tratado sobre os universais intitulado "katholiká"; são católicos os princípios universais. Políbio (+128 a.C.) falou da história universal em comum, dizendo-a "Tès katholikès kal koinès Historias". Para o judeu Filon de Alexandria (+44 d.C), "katholikós" significa "geral", em oposição a "particular"; os deuses astrais da Síria eram ditos "katholikoí". Tal vocábulo é, pela primeira vez (como dito), aplicado à Igreja por S. Inácio de Antioquia (+107 aproximadamente).

2. Que houve então em 381?

Em 381 realizou-se o Concílio Geral de Constantinopla, que repetiu a fórmula Igreja Católica, professando: "Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica". O Concílio nada inovou; apenas reiterou a fórmula antiga.

Põe-se então a pergunta: que dizer do mencionado decreto do Imperador Teodósio? Impõe-se notar logo que o decreto data de 380, e não de 381. Com efeito; sob Teodósio I (379-95), que reinou no Oriente do Império Romano, registraram-se acontecimentos importantes. Aos 28/02/380, o Imperador assinou um decreto que tornava oficial a fé católica "transmitida aos romanos pelo apóstolo Pedro, professada pelo Pontífice Dâmaso e pelo Bispo de Alexandria, ou seja, o reconhecimento da Santa Trindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Com estas palavras, Teodósio abraçava, para si e para o Império, o Credo que, proveniente dos Apóstolos, era professado então pelo Papa Dâmaso (366-84) e pelo Bispo S. Atanásio de Alexandria, grande defensor da fé ortodoxa na controvérsia contra os arianos. Assim o Cristianismo, que Constantino I tornara lícito em 313, era feito religião oficial do Império Romano.

"Não sabemos como a Igreja pode ser romana e universal". - O título "romana" não implica nacionalismo nem particularismo. É apenas o título que indica o endereço da sede primacial da Igreja. Na verdade, a Igreja, atuando neste mundo, precisa de ter seu endereço ou seu referencial postal, que é o do Bispo de Roma, feito Chefe visível por Cristo. Por conseguinte a Igreja Católica recebe o título de "Romana" sem prejuízo para a sua catolicidade ou universalidade. De modo semelhante, Jesus, Salvador de todos os homens, foi dito "Nazareno", porque, convivendo com os homens, precisava de um endereço, que foi a cidade de Nazaré.

3. Apostolicidade

Diz a notícia de jornal: "Devido às alterações que fez, a Igreja deixou de ser apostólica".

Em resposta, torna-se oportuno, antes do mais, examinar o que signifique o atributo "apostólica" aplicado à Igreja. Já no Novo Testamento se encontra a noção de que o patrimônio da fé não chega aos fiéis como algo descido do céu diretamente, mas, sim, como algo que parte do Pai, passa por Jesus Cristo, pelos Apóstolos e, finalmente, chega a cada indivíduo no seu respectivo tempo. Assim, por exemplo, Jo 1, 1-3: "O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos, e o que nossas mãos apalparam do Verbo da vida... nós vos anunciamos esta Vida eterna, que estava voltada para o Pai e que vos apareceu". Cf. Jo 17, 7s; 20, 21; Mt 28, 18-20; Rm 10, 13-17; 2Tm 2, 2; Tt 1, 5.

Os primeiros escritores da Igreja retomaram e estenderam essa série de comunicações ou missões. Assim lemos em Tertuliano: "Sem dúvida, é preciso afirmar que as igrejas receberam dos Apóstolos; os Apóstolos receberam de Cristo, e Cristo recebeu de Deus" (De Praescriptione Haereticorum 21, 4). Os antigos davam grande apreço às listas de Bispos que houvessem ocupado uma sede outrora fundada ou governada por um Apóstolo. S. Ireneu de Lião (+202) é o autor de um desses catálogos: "Depois de ter assim fundado e edificado a Igreja, os bem-aventurados Apóstolos transmitiram a Lino o cargo do episcopado... Anacleto lhe sucede. Depois, em terceiro lugar a partir dos Apóstolos, é a Clemente que cabe o episcopado... A Clemente sucedem Evaristo, Alexandre; em seguida, em sexto lugar a partir dos Apóstolos, é instituído Sixto, depois Telésforo, também glorioso por seu martírio; depois Higino, Pio, Aniceto, Sotero, sucessor de Aniceto; e, agora, Eleutério detém o episcopado em décimo segundo lugar a partir dos Apóstolos" (Contra as Heresias III,2,1s).

Com outras palavras: para os antigos, a Igreja é uma comunidade que teve início com os Apóstolos, mas está destinada a se prolongar até o fim dos tempos, de modo que Ela não é senão o desabrochamento do cerne dos Apóstolos. Vejam-se as palavras de Tertuliano (+220 aproximadamente): "Foi primeiramente na Judéia que eles (os Apóstolos escolhidos e enviados por Jesus Cristo) implantaram a fé em Jesus Cristo e estabeleceram comunidades. Depois partiram pelo mundo afora e anunciaram às nações a mesma doutrina e a mesma fé. Em cada cidade fundaram Igrejas, às quais, desde aquele momento, as outras Igrejas emprestam a estaca da fé e a semente da doutrina; aliás, diariamente emprestam-nas, para que se tornem elas mesmas Igrejas. A este título mesmo são consideradas comunidades apostólicas, na medida em que são filhas das Igrejas apostólicas. Cada coisa é necessariamente definida pela sua origem. Eis por que tais comunidades, por mais numerosas e densas que sejam, não são senão a primitiva Igreja apostólica, da qual todas procedem... Assim faz-se uma única tradição de um mesmo Mistério" (De Praescriptione Haereticorum 2, 4-7.9).

A necessidade de distinguir das correntes cismáticas a verdadeira Igreja de Cristo provocou a acentuação e a utilização mais e mais freqüente do predicado da apostolicidade: a Igreja verdadeira vem de Cristo mediante os Apóstolos, ao passo que as correntes heréticas e as seitas não podem reivindicar para si o título de apostólicas. A partir do século XII começaram a aparecer pequenos tratados sobre a Igreja Apostólica frente às seitas dissidentes. Aliás, foram as heresias que provocaram a publicação de tratados explícitos sobre a Igreja.

No século XVI a apologética católica, frente à reforma protestante, explanou largamente a origem apostólica da Igreja Católica. Os teólogos puseram em evidência que aqueles que se afastam da Igreja fundada por Cristo e entregue aos Apóstolos, é que perdem o direito de constituir a Igreja Apostólica. Os reformados têm um fundador humano para cada uma de suas denominações, que pretende recomeçar a história do Cristianismo séculos após a geração dos Apóstolos, portanto sem o clássico caráter de apostolicidade.

Quanto às "alterações" na Igreja, não são mais do que o desabrochar da semente lançada por Cristo. A árvore plenamente desenvolvida é da mesma natureza que a própria semente, e vice-versa. Tal desabrochamento - lógico e necessário - foi acompanhado pelo Espírito Santo prometido por Jesus à Igreja (cf. Jo 14, 26; 16, 13-15) para que conserve e transmita incólume o depósito da fé. Caso o Senhor não tivesse providenciado essa garantia de fidelidade e autenticidade através dos séculos, teria sido vão o seu sacrifício na Cruz. É, pois, necessário dizer que na Igreja Apostólica (fundada por Cristo e entregue aos Apóstolos) se mantém viva e pura a mensagem apregoada pelo Divino Mestre.

Ver "Carta Aberta aos Protestantes"

4. Origem do Papado

Lê-se no citado tópico de jornal: "Até o século V não houve Papa como conhecemos hoje" - A resposta a esta afirmação dependerá de como entender a expressão "Papa como conhecemos hoje". Se entendemos que se trata de Papa com uso dos meios de comunicação modernos (televisão, rádio, internet ...) e viagens aéreas, está claro que não houve Papa de tal tipo na Antigüidade. Todavia, se se entende Papa no sentido de chefe visível da Igreja, encontra-se tal figura já nos escritos do Novo Testamento. Com efeito; Pedro aí aparece como aquele a quem Jesus confia as chaves do reino dos céus (cf. Mt 16, 17-19) e entrega o pastoreio das suas ovelhas (cf. Lc 22, 31 s; Jo 21, 15-17). O aspecto bíblico da questão já foi repetidamente abordado [...]. Sejam acrescentados alguns traços significativos da história da Igreja.

Não se pode esperar encontrar nos primeiros séculos um exercício do Papado (ou das faculdades entregues por Jesus a Pedro e seus sucessores) tão nítido quanto nos séculos posteriores. As dificuldades de comunicação e transporte explicam que as expressões da função papal tenham sido menos freqüentes do que em épocas mais tardias. Como quer que seja, podemos tecer a história do exercício dessas funções nos seguintes termos: A Sé de Roma sempre teve consciência de que lhe tocava, em relação ao conjunto da Igreja, uma tarefa de solicitude, com o direito de intervir onde fosse necessário, para salvaguardar a fé e orientar a disciplina das comunidades. Tratava-se de ajuda, mas também, eventualmente, de intervenção jurídica, necessária para manter a unidade da Igreja. O fundamento dessa função eram os textos do Evangelho que privilegiam Pedro, como também o fato de que Pedro e Paulo haviam consagrado a Sé de Roma com o seu martírio, conferindo a esta uma autoridade singular.

Eis algumas expressões do primado do Bispo de Roma:

  • No século II houve, entre Ocidentais e Orientais, divergências quanto à data de celebração da Páscoa. Os cristãos da Ásia Menor queriam seguir o calendário judaico, celebrando-a na noite de 14 para 15 de Nisã (daí serem chamados quartordecimanos), independentemente do dia da semana, ao passo que os Ocidentais queriam manter o domingo como dia da Ressurreição de Jesus (portanto, o domingo seguinte a 14 de Nisã); o Bispo S. Policarpo de Esmirna foi a Roma defender a causa dos Orientais junto ao Papa Aniceto em 154; quase houve cisão da Igreja. S. Ireneu, Bispo de Lião (Gália) interveio, apaziguando os ânimos. Finalmente o Papa S. Vítor (189-198) exigiu que os fiéis da Ásia Menor observassem o calendário pascal da Igreja de Roma, pois esta remontava aos Apóstolos Pedro e Paulo.

    Aliás, S. Ireneu (+202 aproximadamente) dizia a respeito de Roma: "Com tal Igreja, por causa da sua peculiar preeminência, deve estar de acordo toda Igreja, porque nela... foi conservado o que a partir dos Apóstolos é tradição" (Contra as Heresias 3, 2). Muito significativa é a profissão de fé dos Bispos Máximo, Urbano e outros do Norte da África que aderiram ao cisma de Novaciano, rigorista, mas posteriormente resolveram voltar à comunhão da Igreja sob o Papa S. Cornélio em 251: "Sabemos que Cornélio é Bispo da Santíssima Igreja Católica, escolhido por Deus todo-poderoso e por Cristo Nosso Senhor. Confessamos o nosso erro... Todavia nosso coração sempre esteve na Igreja; não ignoramos que há um só Deus e Senhor todo-poderoso, também sabemos que Cristo é o Senhor...; há um só Espírito Santo; por isto deve haver um só Bispo à frente da Igreja Católica" (Denzinger-Schõnmetzer, Enchiridion 108 [44]).
  • O Papa Estevão I (254-257) foi o primeiro a recorrer a Mt 16, 16-19, ao afirmar contra os teólogos do Norte da África, que não se deve repetir o Batismo ministrado por hereges, pois não são os homens que batizam, mas é Cristo que batiza. A partir do século IV, o recurso a Mt 16, 16-19 se torna freqüente. No século V, o Papa Inocêncio I (401-417) interveio na controvérsia movida por Pelágio a respeito da graça; num de seus sermões S. Agostinho respondeu ao fato, dizendo: "Agora que vieram disposições da Sé Apostólica, o litígio está terminado (causa finita est)" (serm. 130, 107).

    No Concílio de Calcedônia (451), lida a carta do Papa Leão I, a assembléia exclamou: "Esta é a fé dos Pais, esta é a fé dos Apóstolos. Pedro falou através de Leão".
  • O Papa Gelásio I declarou entre 493 e 495 que a Sé de Pedro (romana) tinha o direito de julgamento sobre todas as outras sedes episcopais, ao passo que ela mesma não está sujeita a algum julgamento humano. Em 501, o Synodus Palmaris de Roma reafirmou este princípio, que entrou no Código de Direito Canônico: "Prima sedes a nemine iudicatur, - A sé primacial não pode ser julgada por instância alguma" (cânon 1629). Em suma, quanto mais o estudioso avança no decurso da história da Igreja, mais nitidamente percebe a configuração do primado de Pedro, ocasionada pelas diversas situações que o povo de Deus foi atravessando.
No tocante ao termo "Papa" deve-se dizer que vem do grego "pappas" = "pai". Nos primeiros séculos era título atribuído aos Bispos como expressão de afetuosa veneração, veneração que se depreende dos adjetivos "meu..., nosso..." que acompanham o título. A mesma designação podia ser ocasionalmente atribuída também aos simples presbíteros (pais), como acontecia no Egito do século IV. No Oriente ainda hoje o sacerdote é chamado "papas". No Egito o "papas" por excelência é o Patriarca de Alexandria.

O título de papa é dado ao Bispo de Roma já por Tertuliano (+220 aproximadamente) no seu livro De pudicitia XIII 7, onde se lê: "Benedictus papa". É encontrado também numa inscrição do diácono Severo (296-304) achada nas catacumbas de São Calixto, em que se lê: "iussu p(a)p(ae) sul Marcellini" (="por ordem do Papa ou pai Marcelino"). No fim do século IV a palavra Papa aplicada ao Bispo de Roma começa a exprimir mais do que afetuosa veneração; tende a tornar-se um título específico. Tenha-se em vista a interpelação colocada por S. Ambrósio (+397) numa de suas cartas: "Domino dilectissimo fratri Syriaci papae" (="Ao senhor diletíssimo irmão Siríaco Papa") (epístola 42). O Sínodo de Toledo (Espanha) em 400 chama Papa (sem mais) o Bispo de Roma. São Vicente de Lerins (falecido antes de 450) cita vários Bispos, mas somente aos Bispos Celestino I e Sixto III atribui o título de Papa.

No século VI o título tornou-se, com raras exceções, privativo dos Bispos de Roma.

a pedra é pedro ou Jesus!

Quem é a pedra: Jesus ou Pedro?













O diálogo a seguir ilustra muito bem um debate entre um católico e um protestante quando este argumenta que a "Pedra" citada por Jesus em Mt 16,18 jamais poderia referir-se a Pedro, mas sim ao próprio Jesus, uma vez que as Sagradas Escrituras em muitas passagens identifica Jesus como a "rocha", a "pedra angular".

Antes de apresentar o diálogo, a Barca de Jesus observa que embora na maioria das passagens bíblicas "pedra" ou "rocha" realmente se refira a Jesus, existem exceções. O próprio Jesus que disse ser a "Luz do Mundo" (Jo 8,12) disse aos apóstolos que também eles deveriam ser "Luz do Mundo" (Mt 5,13). Além da passagem de Mt 16,18 onde a "pedra" referida não se trata de Jesus, como veremos claramente no diálogo abaixo, temos também, por exemplo, Is 51,1-2 (a "pedra" é Abraão) e 1Pd 2, 4-5 ("pedras vivas" é Jesus e também são os cristãos).

O fato de Jesus aplicar a Pedro uma figura que a Bíblia exaustivamente aplica a Jesus, bem mostra a intenção de Jesus em fazer de Pedro um representante de Cristo na terra. O que, por sinal, Ele confirmou explicitamente ao dar autoridade a Pedro não apenas de ligar e desligar na terra, mas também no Céu. Vamos, então, ao diálogo:

Protestante:

Em grego, a palavra para pedra é petra, que significa uma rocha grande e maciça. A palavra usada como nome para Simão, por sua vez, é petros, que significa uma pedra pequena, uma pedrinha.

Católico:

Na verdade, todo este discurso é falso. Como sabem os conhecedores de grego (mesmo os não católicos), as palavras petros e petra eram sinônimos no grego do primeiro século. Elas significaram "pequena pedra" e "grande rocha" em uma velha poesia grega, séculos antes da vinda de Cristo, mas esta distinção já havia desaparecido no tempo em que o Evangelho de São Mateus foi traduzido para o grego. A diferença de significados existe, apenas, no grego ático, mas o NT foi escrito em grego Koiné - um dialeto totalmente diferente. E, no grego koiné, tanto petros quanto petra significam "rocha". Se Jesus quisesse chamar Simão de "pedrinha", usaria o termo lithos. (para a admissão deste fato por um estudioso protestante, veja D. Carson, The expositors Bible Commentary [Grand Rapids: Zondervan, 1984], Frank E. Gaebelein, ed., 8: 368).

Porém, ignorando a explicação, insiste o protestante:

Vocês, católicos, por desconhecerem o grego, pensam que Jesus comparava Pedro à rocha. Na verdade, é justamente o contrário. Ele os contrastava. De um lado, a rocha sobre a qual a Igreja seria construída: o próprio Jesus ("e sobre esta PETRA edificarei a Minha Igreja"). De outro, esta mera pedrinha ("Simão tu és PETROS"). Jesus queria dizer que ele mesmo seria o fundamento da Igreja, e que Simão não estava sequer remotamente qualificado para isto.

Católico:

Concordo que devemos ir do português para o grego. Mas, com certeza, você concordará que, igualmente, devemos ir do grego para o aramaico. Como você sabe, esta foi a língua falada por Jesus, pelos apóstolos e por todos os judeus da Palestina. Era a língua corrente da região.

Muitos, talvez a maioria, soubessem grego, pois esta era a língua franca do Mediterrâneo. A língua da cultura e do comércio. A maioria dos livros do NT foi escrita em grego, pois não visavam apenas os cristãos da Palestina, mas de outros lugares como Roma, Alexandria e Antioquia, onde o aramaico não era falado.

Sabemos que Jesus falava aramaico devido a algumas de suas palavras que nos foram preservadas pelos Evangelhos. Veja Mt 27,46, onde ele diz na cruz, "Eli, Eli, Lama Sabachtani". Isto não é grego, mas aramaico, e significa, "meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?"

E tem mais: nas epístolas gregas de S. Paulo (por 4 vezes em Gálatas e outras 4 vezes em 1Coríntios), preservou-se a forma aramaica do novo nome de Simão. Em nossas bíblias, aparece como Cefas. Isto não é grego, mas uma transliteração do aramaico Kepha (traduzido por Kephas na forma helenística).

E o que significa Kepha? Uma pedra grande e maciça, o mesmíssimo que petra. A palavra aramaica para uma pequena pedra ou pedrinha é evna. O que Jesus disse a Simão em Mt 16,18 foi "tu és Kepha e sobre esta kepha construirei minha igreja."

Quando se conhece o que Jesus disse em aramaico, percebe-se que ele comparava Simão à rocha; não os estava contrastando. Podemos ver isto, vividamente, em algumas versões modernas da bíblia em inglês, nas quais este versículo é traduzido da seguinte forma: 'You are Rock, and upon this rock I will build my church'. Em francês, sempre se usou apenas pierre tanto para o novo nome de Simão, quanto para a rocha.

Protestante:

Se kepha significa petra, porque a versão grega não traz "tu és Petra e sobre esta petra edificarei a minha Igreja"? Por que, para o novo nome de Simão, Mateus usa o grego Petros que possui um significado diferente do petra?

Católico:

Porque não havia escolha. Grego e aramaico têm diferentes estruturas gramaticais. Em aramaico, pode-se usar kepha nas duas partes de Mt 16,18. Em grego, encontramos um problema derivado do fato de que, nesta língua, os substantivos possuem terminações diferentes para cada gênero.

Existem substantivos femininos, masculinos e neutros. A palavra grega petra é feminina. Pode-se usá-la na segunda parte do texto sem problemas. Mas não se pode usá-la como o novo nome de Simão, porque não se pode dar, a um homem, um nome feminino. Há que se masculinizar a terminação do nome. Fazendo-o, temos Petros, palavra já existente e que também significava rocha. (Obs da Barca de Jesus: Estrutura semelhante ocorre na língua portuguesa: Pedro e pedra.)

Por certo, é uma tradução imperfeita do aramaico; perdeu-se parte do jogo de palavras. Mas, em grego, era o melhor que poderia ser feito.

Além da evidência gramatical, a estrutura da narração não permite uma diminuição do papel de Pedro na Igreja. Veja a forma na qual se estruturou o texto de Mt 16,15-19. Jesus não diz: "Bendito és tu, Simão. Pois não foi nem a carne nem o sangue que te revelou este mistério, mas meu Pai, que está nos céus. Por isto, eu te digo: és uma pedrinha insignificante, e sobre a rocha edificarei a minha Igreja. ... Eu te darei as chaves do reino dos céus."

Ao contrário, Jesus abençoa Pedro triplamente, inclusive com o dom das chaves do reino, mas não mina a sua autoridade. Isto seria contrariar o contexto. Jesus coloca Pedro como uma forma de comandante ou primeiro ministro abaixo do Rei dos Reis, dando-lhe as chaves do Reino. Como em Is 22,22, os reis, no AT, apontavam um comandante para os servir em posição de grande autoridade, para governar sobre os habitantes do reino. Jesus cita quase que verbalmente esta passagem de Isaías, o que torna claríssimo aquilo que Ele tinha em mente. Ele elevou Pedro como a figura de um pai na família dos cristãos (Is 22,21), para guiar o rebanho (Jo 21,15-17). Esta autoridade era passada de um homem para outro através dos tempos pela entrega das chaves, que se usavam sobre os ombros em sinal de autoridade. Da mesma forma, a autoridade de Pedro foi transmitida, nestes dois mil anos, através do papado.
Traduzido pelo Veritatis Splendor por Carlos Martins Nabeto.

Faltam sete livros na bíblia protestante







Para sua decepção, os protestantes são culpados de violar sua própria doutrina. A Sola Scriptura proíbe que algo seja acrescentado ou subtraído das Escrituras, porém os protestantes retiraram sete livros das Escrituras do Antigo Testamento, assim como porões de outros dois. Estes são erroneamente chamados de Apócrifos (não-autênticos) pelos protestantes, e de deuterocanônicos (segundo cânon) pelos católicos: Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, partes de Daniel e Ester.

Defendendo seu cânon incompleto, os protestantes apresentam alguns argumentos, tais como: 1) O cânon menor, chamado cânon farisaico ou palestinense do Antigo Testamento, foi aceito por Jesus e seus apóstolos, pois eles nunca citaram nenhuma fonte dos livros deuterocanônicos; 2) O Antigo Testamento foi fechado no tempo de Jesus, e este era composto pelo cânon menor; 3) Os próprios judeus aceitaram o cânon menor no sínodo de Jâmnia (ou Javneh) em 90 d.C.; 4) Os livros deuterocanônicos contém doutrinas anti-bíblicas.

Vejamos cada um destes argumentos:

1) Sobre este, que Jesus e seus apóstolos aceitaram o cânon menor, um exame das citações neotestamentárias do Antigo Testamento demonstrará a falácia. O Novo Testamento cita o Antigo cerca de 350 vezes, e em aproximadamente 300 destas (86%!) foram retiradas daseptuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento, largamente usada no tempo de Cristo. Esta versão, a septuaginta, continha os deuterocanônicos. Não há razão para dizer que Jesus e os seus discípulos aceitaram o cânon menor, quando na maioria das vezes utilizaram fontes do Antigo Testamento que continham os deuterocanônicos.

Tomemos o exemplo de Paulo, cujas cartas missionárias eram dirigidas a regiões fora da palestina. Deve-se notar, por exemplo, que seu sermão em Antioquia na Pisídia presumiu um conhecimento, entre seus ouvintes, da Septuaginta e uma vez que a comunidade fora formada, o conteúdo de suas cartas a estas era baseado na Septuaginta [40] Obviamente, Paulo assim não rejeitava, mas se utilizava do cânon maior, com os livros deuterocanônicos.

Além do mais, é errado dizer que estes livros não foram citados no Novo Testamento [41] e que tal citação deve ser pré-requisito para a canonicidade de um livro bíblico. Algumas fontes dizem que os deuterocanônicos são citados no Novo Testamento, no mínimo, 150 vezes [42]. Acrescido a isto, livros do cânon menor, como Eclesiastes, Abdias e Ester não são citados por Jesus ou seus apóstolos, e nem por isso os protestantes retiraram-nos do seu cânon. Obviamente este argumento não serve para determinar a canonicidade de um livro.

2) A evidência histórica mostrará que o argumento protestante de que o cânon do Antigo Testamento foi fechado no tempo de Jesus é falso. Primeiro que não havia nenhum cânon palestino oficial, pois existia neste tempo três cânons em circulação [43], além da Septuaginta. Segundo, as evidências mostram que o judaísmo durante os últimos dois séculos antes de Cristo e o primeiro século depois de Cristo não era uniforme em seu entendimento sobre quais livros deveriam ser considerados sagrados. Existiam muitas opiniões dentro e fora de Israel sobre esta questão [44].

3) Usar o sínodo de Jâmnia para justificar o cânon menor é problemático por algumas razões: a) tal decisão, tomada cerca de 50 anos após a morte de Cristo, não tem relação alguma com o cânon dos livros cristãos, pois os rituais veterotestamentários (como não comer carne de porco) não têm relação com o cristianismo; b) é questionável se de fato este sínodo possuiu uma visão definitiva e autoritária sobre o cânon do Antigo Testamento das Escrituras, pois a lista continuou a variar dentro judaísmo até o século 4 d.C. [45]; c) o sínodo foi, de certo modo, formado devido a polêmica contra a seita dos cristãos, portanto em total oposição ao cristianismo. Estes judeus aceitaram o cânon menor porque os cristãos aceitavam o cânon maior da Septuaginta; d) as decisões deste sínodo representaram a decisão de apenas um ramo do judaísmo farisaico, o da palestina, e não do judaísmo como um todo.

4) Por fim, para os protestantes afirmarem que os deuterocanônicos possuem doutrinas anti-bíblicas é decididamente um caso de insegurança dogmática. Esta conclusão foi tomada porque os reformadores, claramente em antagonismo com a Igreja Católica, tomavam a Bíblia a priori como um livro de doutrinas protestantes. Descartaram os deuterocanônicos porque continham doutrinas católicas, como 2 Mac 12,42-46, que claramente baseia a oração pelas almas do purgatório: santo foi e piedoso o seu pensamento, e foi essa a razão por que mandou que se celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem absolvidos de seus pecados. Lutero, claramente, quis retirar também do Novo Testamento livros como Apocalipse, Hebreus e Tiago, este merecendo o nome de epístola de palha, onde nada de evangélico é encontrado [46], isso devido, sem dúvidas, o fato de que Tiago afirmava que somos salvos pela fé e pelas boas obras (Tg 2,14-26), refutando a doutrina recém-criada por Lutero de que somos salvos somente pela fé, sem participação das obras. Lutero foi convencido por seus correligionários a não retirar mais este livro da Bíblia.

Além deste fato acima, existe o testemunho histórico da continuidade do cânon bíblico. enquanto vimos que existiam disputas em relação ao cânon bíblico, duas considerações são evidentemente verdadeiras: a) com certeza os deuterocanônicos eram usados pelos cristãos do primeiro século, a começar por Jesus e seus apóstolos; b) desde que foi definido o cânon no século 4, não vemos mudança alguma em relação ao conteúdo da Bíblia. Na prática, a única disputa que surgiu após este evento veio com a reforma protestante, somente no século 16, que decidiram que poderiam simplesmente lançar no lixo a continuidade de 11 séculos do cânon bíblico em sua existência formal, e 15 séculos de existência prática.

O fato de que qualquer pessoa possa vir e simplesmente alterar a continuidade de um tema tão central como o conteúdo dos livros da Escritura deveria levar o cristão a pensar seriamente sobre um detalhe. Este cristão deveria se perguntar: com que autoridade esta pessoa pôde fazer esta alteração? Tanto a história como os próprios escritos de Lutero mostram que suas ações foram baseadas em nada mais que sua opinião pessoal. Certamente, tal "autoridade final" falha grosseiramente no que se requer para que alguma alteração canônica seja feita, especialmente quando se considera que o processo de identificar o cânon bíblico envolveu um processo guiado pelo Espírito Santo, levou séculos, e envolveu algumas das maiores mentes do cristianismo assim como alguns Concílios da Igreja. Mais interessante é o fato de que outros chamados reformadores - e desde então todos os protestantes - aceitaram a alteração do cânon de Lutero, mesmo que todos dissessem que eram fiéis à Bíblia e insistiam que nada deveria ser acrescentado ou retirado de suas páginas.

Traduzido para o Veritatis Splendor por Rondinelly Ribeiro Rosa.


Respostas a alguns "erros" dos livros deuterocanônicos

As igrejas protestantes historicamente rejeitam os livros deuterocanônicos, apesar de há poucos séculos atrás trazerem-nos em suas Bíblias. Obviamente, é uma rejeição sem fundamento algum, seja historicamente ou escrituristicamente. Porém existem algumas questões que permanecem no inconsciente coletivo do protestantismo, que fazem com que não percebam que apenas se fundamentam em falácias.

Apresento aqui rápidos comentários a algumas destas questões.

Afirmação: como podem os católicos chamar livros como Judite e Tobias de deuterocanônicos e pertencentes à Bíblia? Judite, por exemplo, mente. Rafael dá um nome falso.

Resposta: nós podemos afirmar que existem várias dificuldades na interpretação dos livros que nós, católicos e protestantes, aceitamos comumente como canônicos, mas isso de modo algum indica que possam ensinar um erro. Não devemos pretender usar o natural para medir o sobrenatural (algo que, diga-se, deixa uma tremenda dificuldade para os protestantes, pois estes rejeitaram a possibilidade de um Magistério Infalível para reconhecer e guiar os cristãos na verdade, ficando então isolados consigo mesmos e com a Bíblia, que não se explica sozinha). Existem exemplos, em outros livros, de "mentiras". As parteiras dos hebreus mentiram ao faraó a respeito do nascimento de Moisés (Ex 1,15-21), e Deus as "tornou eficazes" (Ex 1,20). Jacó mentiu a seu pai, Isaac, mas recebeu a bênção especial (Gn 27,19). Jael mentiu para Sísara, ao dizer "não temas", quando na verdade "enterrou o prego na fonte de Sísara, pregando-o assim na terra enquanto ele dormia profundamente por causa da muita fadiga" (Jz 4,18-21). Mesmo assim Deus lhe disse: "Bendita seja entre as mulheres Jael, mulher de Heber, o quenita! Entre as mulheres da tenda seja bendita!" (Jz 5,24). Obviamente não podemos dizer que estes livros ensinam o erro, mas podemos dizer que Deus abençoa pessoas imperfeitas que apresentam boas intenções.

Não consideramos que Rafael esteja mesmo mentindo (Tb 5,15-18). Na realidade, ele se identificou com outro nome ao invés de dar sua identidade completa. Isso não pode ser um pecado porque mesmo Jesus possuiu vários nomes e Ele não se revelou por completo. Quando os judeus lhe perguntaram a respeito de sua autoridade para realizar milagres, Ele não a revelou (Mt 21,23-27). Jesus também era chamado de Emanuel, que significa Deus conosco. Jesus e Rafael podiam ter nomes diferentes, pois o nome revela a essência dessa pessoa e manifesta qualidades espirituais. Da mesma forma Maria pode ser chamada de "cheia de graça", etc.

Afirmação: como pode o livro de Judite ser verdadeiro se logo no começo ele afirma que o Nabucodonosor foi rei dos assírios (Jd 2,1), quando na verdade ele foi rei dos babilônios (2Rs 24,1)?

Resposta: o mais importante no livro de Judite não é quem foi o rei dos assírios, pois na realidade ele tem como objetivo mostrar verdades espirituais a um povo oprimido e lhes dar esperança, o que é mais importante. O livro não enganou os seus leitores porque eles, assim como o autor, conheciam quem era o rei Nabucodonosor. Nós podemos perceber em outros livros passagens com semelhantes "enganos" dos autores, livros estes que os protestantes não mencionam por aceitarem como canônicos. Por exemplo, Jó menciona que a terra é sustentada por colunas (Jo 9,5-6), e Jesus, que disse que o grão de mostarda é o menor grão que existe (Mc 3,41). Temos também que, no começo da criação, Deus criou a luz antes de criar as estrelas (Gn 1,3.14). Alguns destes "erros" se explicam porque Jesus, no exemplo do grão de mostarda, estava usando o que era de conhecimento comum, pois ele mais confundiria que explicaria suas palavras se, no meio do discurso, dissesse que, na verdade, ainda existem os esporos...

Vejamos a necessidade de se interpretar informações que aparentemente são conflitantes.

Mc 2,25-26: "Nunca lestes o que fez Davi, quando se achou em necessidade e teve fome, ele e os seus companheiros? Ele entrou na casa de Deus, sendo Abiatar príncipe dos sacerdotes, e comeu os pães da proposição, dos quais só aos sacerdotes era permitido comer, e os deu aos seus companheiros".

1Sm 21,1-6: "Davi foi para Nobe. Chegando à casa do sacerdote Aquimelec, este saiu-lhe ao encontro muito inquieto, dizendo: Por que estás só? Não há ninguém contigo? Davi respondeu-lhe: O rei confiou-me uma missão, com a ordem de não revelar a ninguém o motivo por que me enviou. Combinei com os meus servos um encontro em certo lugar. E agora, se tens à mão alguma coisa, dá-me cinco pães ou qualquer outra coisa que tenhas disponível. Aquimelec respondeu: Não tenho à mão o pão ordinário, mas só pães consagrados, com a condição, no entanto, de que teus servos se tenham abstido de mulheres. Respondeu-lhe Davi: Não tivemos comércio com mulher alguma desde que parti, há três dias. Todos os objetos que pertencem aos meus servos estão puros; e, se nossa missão é profana, pode ser santificada por aquele que a cumpre. Então o sacerdote deu-lhe os pães consagrados, porque não havia ali senão os pães da proposição, que tinham sido tirados da presença do Senhor e imediatamente substituídos por pães frescos".

Nós vemos aqui que Jesus diz que Abiatar era o príncipe dos sacerdotes. Mas A Bíblia nos diz que quem ocupava tal posto era Aquimelec, na verdade pai de Abiatar (1Sm 23,6))? Como explicar isso?

Abiatar é citado porque representa o fim de sua linhagem. Foi o último sacerdote que apoiava Saul como rei. Foi o único que escapou quando Saul matou toda sua família. Quando Davi morreu e Salomão subiu ao trono, seu irmão mais velho, Adonias, armou um plano para usurpar o poder (1Rs 2,17). "E o rei Salomão disse à sua mãe: Por que queres que Abisag, a sunamita, seja dada a Adonias? Pede também para ele o reino, que é meu irmão primogênito, assim como para o sacerdote Abiatar e para Joab, filho de Sarvia..." (1Rs 2,22). Salomão matou Adonias (vv.24-25), Abiatar foi destituído e em seu lugar nomeado Sadoc (1Rs 2,27.35).

Sadoc apoiou o reinado de Salomão e representava a nova linhagem de sacerdotes. Sadoc agora representava a nova ordem, pois apoiava o novo rei, o filho de Davi, o rei Salomão. Em Cristo nós temos uma nova ordem e um novo reino. Abiatar representava a antiga ordem, o antigo reino. Ele representa Abimelec, seu pai, e a antiga ordem sacerdotal. Este é um tipo dos fariseus que falharam em reconhecer a nova ordem do filho de Davi, o verdadeiro rei de Israel. Assim como ele foi destituído, os fariseus também foram. Assim, citando Abiatar, que representava a antiga ordem, o evangelista Marcos alude ao antigo sistema dos fariseus, que seria substituído.

Diante da dificuldade que a interpretação oferece, infelizmente, os protestantes preferem rejeitar os livros deuterocanônicos a tentarem buscar neles exemplos e mensagens que nada tem de contrário a todo o resto da Bíblia.

Traduzido para o Veritatis Splendor por Rondinelly Ribeiro Rosa.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Malafaia Detona o PT

PT apóia governo do Irã que quer executar pastor

Pastor Yousef Nadarkhani

Não é de hoje que o Partido dos Trabalhadores (PT) apóia o governo do Irã. O ex-presidente Lula, mesmo sabendo que o Irã prega a eliminação do estado de Israel, tentou ser mediador de acordo nuclear diante de organismos internacionais para beneficiá-los.

Mesmo a presidente Dilma Rousseff dizendo ser contra a execução do pastor, não houve nenhuma atitude concreta e real até agora de nossa diplomacia por fato tão monstruoso e deplorável como este.

Entenda o caso

Poucos dias depois que o Irã libertou dois norte-americanos acusados de espionagem no país, um tribunal iraniano confirmou a acusação de apostasia contra o pastor Yousef Nadarkhani e sentenciou à morte.

O tribunal da província de Gilan determinou que o pastor Nadarkhani devia negar sua fé em Jesus Cristo, pois ele vem de uma família de ascendência islâmica. O Supremo Tribunal do Irã disse anteriormente que não deveriam determinar se o pastor Yousef tinha sido muçulmano ou não em sua conversão.

No entanto, os juízes exigiram que ele se retratasse de sua fé em Cristo antes mesmo de terem provas contra ele. Os juízes afirmaram que, embora o julgamento vá contra as atuais leis iranianas e internacionais, eles precisam manter a decisão do Tribunal Supremo em Qom.

Quando pediram a ele para que se “arrependesse” diante dos juízes, Yousef disse: “Arrependimento significar voltar. Eu devo voltar para o quê? Para a blasfêmia que vivia antes de conhecer a Cristo?” Os juízes responderam: “você deve voltar para a religião dos seus antepassados, deve voltar ao Islã”. Yousef ouviu e respondeu: “Eu não posso fazer isso.”

Família

O pastor Yousef conseguiu ver seus filhos pela primeira vez desde março. Ele estava de bom humor e falava de sua enorme vontade de servir a Igreja depois que fosse libertado da prisão.

O pastor Yousef enfrentou duas audiências adicionais na terça (27/09) e quarta (28/09), com o propósito principal de o fazerem negar sua fé cristã. Os advogados do pastor Yousef tentarão apelar para que revejam a sentença, mas se o tribunal agir segundo sua própria interpretação da Sharia (lei islâmica), Yousef pode ser executado a qualquer momento.

Tecnicamente, não há mais direitos para recursos e sob a interpretação da lei da Sharia, o pastor Yousef tinha direito a três chances de se retratar. Amanhã será sua última chance de se retratar. Depois, ele poderá ser executado a qualquer momento.

A Missão Portas Abertas convoca: oremos pelo pastor Yousef Nadarkhani, para que Deus o proteja e o livre da sentença de morte possa ser liberto da prisão. Envolva mais pessoas para, juntos, intercedermos pelo nosso irmão.

EUA exigem que Irã liberte o pastor

Os Estados Unidos declararam nesta quinta-feira que o Irã mostrará total desprezo pela liberdade religiosa se suas autoridades executarem o pastor Youssef Nadarkhan, impondo que ele negue sua fé em Jesus Cristo e se converta ao Islã.

“Os Estados Unidos condenam a pena de morte imposta ao pastor Youssef Nadarkhani. A execução da pena capital constituirá uma nova prova do desprezo das autoridades iranianas pela liberdade de culto”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em um comunicado. “O pastor Nadarkhani não fez nada além de manter sua fé devota, que é um direito universal de todas as pessoas”.

“A tentativa das autoridades iranianas de forçá-lo a renunciar a sua fé viola os valores religiosos que elas alegam defender, atravessa todos os limites da decência e viola as próprias obrigações internacionais do Irã”, declarou Carney. “Nós convocamos as autoridades iranianas a libertar o pastor Nadarkhani e a demonstrar compromisso com os Direitos Humanos básicos e universais, incluindo a liberdade de religião”.

NOTA DE ESCLARECIMENTO DO PASTOR SILAS MALAFAIA

Já que muita gente defende o PT e diz que o título da nossa matéria (sobre o apoio do PT ao governo do Irã) é tendencioso, gostaria de esclarecer aos queridos internautas, sem querer ofendê-los de forma alguma, que está havendo uma necessidade maior de conhecimento da língua portuguesa e interpretação de texto.

Em nenhum momento nós declaramos que o PT apoia a execução do pastor e sim, de maneira peremptória, que o PT apoia o governo ridículo, antidemocrático, maquiavélico e perseguidor da igreja evangélica, o famigerado governo do Irã.

Onde é que está a inverdade? Onde é que está a tendência? A verdade dói?

Aprendi um ditado que “quem cutuca a onça com vara curta, acaba se machucando”. Agora vou mostrar aos intransigentes defensores do PT o que – e quem – o Partido dos Trabalhadores apoia:

* O PT apoia o governo de Hugo Chavez, que promove perseguição política e leva a Venezuela a bancarrota;

* O PT apoia o governo de Cuba, que é um dos mais retrógrados do mundo e que também põe pastor na cadeia e elimina seus opositores;

* O PT sempre apoiou a causa Palestina e nunca deu uma nota, se quer, de apoio aos ataques que Israel já sofreu;

* O PT apoiou a libertação do terrorista, assassino, Cesare Battisti, cujo advogado é um dos mais proeminentes membros do PT;

* São os mais altos dirigentes do PT que estão denunciados pelo Supremo Tribunal Federal como formadores da quadrilha que lesou os cofres públicos numa das maiores roubalheiras da história do Brasil, chamada de “mensalão”.

* O PT sempre apoiou o PL 122, que quer botar na cadeia todo pastor que pregar contra a prática homossexual;

* O PT sempre defendeu o aborto e sobre estes dois assuntos (aborto e PL 122) eu tive um enfrentamento com eles, em audiências públicas da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados.

Contra fatos não há argumentos. Se alguém quiser confirmar o que estou falando, busque as informações na imprensa e no Congresso Nacional.

O portal Verdade Gospel em momento nenhum foi tendencioso, mas a verdade machuca muita gente. Para mostrar a minha transparência, quero afirmar que não sou filiado à partido político nenhum, não apóio partidos políticos e quando voto, o faço em pessoas, não em legendas. Eu mesmo já votei duas vezes no Lula, fui membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, como representante dos evangélicos, no governo dele. Este conselho é formado pelas mais diferentes figuras representativas da sociedade e sem direito à remuneração.

Amanhã eu posso votar em um candidato que seja do PT, eu não tenho nenhum problema em afirmar isso, porque acredito que existam pessoas com princípios e posicionamentos afinados com os meus e que são contra princípios do seu partido. Eu nunca demonizei partido político nenhum, como muitos líderes evangélicos já fizeram.

Para encerrar, a diplomacia brasileira não fez nenhum movimento em favor da libertação do pastor. Esta é a única verdade que o Verdade Gospel afirma: “PT apoia governo do Irã que quer executar pastor”.

NOTA DA REDAÇÃO VERDADE GOSPEL:

GOSTARÍAMOS DE ESCLARECER QUE NOSSO PORTAL SE PAUTA, GENUINAMENTE, PELA DEMOCRACIA, E DE TAL MANEIRA, QUE POSTAMOS ATÉ COMENTÁRIOS NEGATIVOS ATACANDO O PASTOR SILAS MALAFAIA, SENDO ELE O MENTOR DESTE PROJETO.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

50 Provas do Primado de Pedro




A doutrina católica do Papado está baseada na Bíblia e é derivada da evidente primazia de São Pedro entre os Apóstolos de Cristo. Como todas as doutrinas cristãs, esta também experimentou um desenvolvimento através dos séculos, mas não perdeu seus componentes essenciais que já existiam na liderança e prerrogativas de São Pedro.
Tudo isto foi dado a ele pelo próprio Senhor Jesus Cristo, como reconheceram seus contemporâneos e foi aceito pela Igreja primitiva. Os dados bíblicos petrinos são evidentes e convincentes pela virtude de seu peso cumulativo. Tal peso é especialmente claro conforme vemos nos comentários bíblicos; seguem-se, assim, as evidências da Sagrada Escritura:

1. Mt 16,18: "Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela". A pedra ("petra", em grego) aqui se refere ao próprio São Pedro e não à sua fé ou a Jesus Cristo. Cristo aparece aqui não como o fundamento, mas como o arquiteto que "edifica". A Igreja é edificada não sobre confissões, mas sobre confessores - homens vivos (v. p.ex., 1Pd 2,5). Hoje, o consenso comum da grande maioria dos pesquisadores e comentaristas bíblicos favorece esta dedução católica tradicional. Aqui diz-se que São Pedro é a pedra-fundamental da Igreja tornando-o o cabeça e chefe da família de Deus (isto é, a semente da doutrina do papado). Além disso, "pedra" expressa uma metáfora aplicada a ele por Cristo em um sentido análogo ao do Messias sofredor e desprezado (1Pd 2,4-8; cf. Mt 21,42). Sem um fundamento sólido qualquer casa desaba. São Pedro é o fundamento, mas não o fundador da Igreja; é o administrador, mas não o Senhor da Igreja. O Bom Pastor (Jo 10,11) nos dá outros bons pastores (Ef 4,11).

2. Mt 16,19: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus...". O "poder das chaves" expressa a autoridade administrativa e disciplina eclesiástica com relação às necessidades da fé, como em Is 22,22 (cf. Is 9,6; Jó 12,14; Ap 3,7). É deste poder que surge o uso de censuras, excomunhão, absolvição, disciplina batismal, imposição de penas e poderes legislativos. No Antigo Testamento, o comissário ou primeiro-ministro era aquele homem que estava acima da assembléia (Gn 41,40; 43,19; 44,4; 1Rs 4,6; 16,9; 18,3; 2Rs 10,5; 15,5; 18,18; Is 22,15.20-21).

3. Mt 16,19: "...e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado no céu". "Ligar" e "desligar" são termos técnicos usados pelos rabinos e que têm o significado de "permitir" e "proibir" com relação à interpretação da lei e, secundariamente, "condenar", "desproibir" ou "liberar". Assim, a São Pedro e aos papas é dada a autoridade para determinar as regras de doutrina e vida, por virtude da revelação e orientado pelo Espírito Santo (Jo 16,13), e para exigir obediência por parte da Igreja. "Ligar" e "desligar" representam os poderes legislativo e judicial do papa e dos bispos (Mt 18,17-18; Jo 20,23). Porém, São Pedro foi o único apóstolo que recebeu nominal e singularmente estes poderes, tornando-o preeminente.

4. O nome de Pedro aparece em primeiro lugar em todas as listas que enumeram os apóstolos (Mt 10,2; Mc 3,16; Lc 6,14; At 1,13). Mateus até o chama de "o primeiro" (Mt 10,2). Já Judas Iscariotes é invariavelmente mencionado por último.

5. Pedro é quase sempre mencionado em primeiro, mesmo quando aparece ao lado de outros. A (única) exceção está em Gl 2,9, onde ele ("Cefas") é listado após Tiago e João, mas, mesmo assim, o contexto coloca-o em preeminência (ex.: Gl 1,18-19; 2,7-8).

6. Pedro é o único entre os Apóstolos que recebe um novo nome, Pedra, solenemente conferido (Jo 1,42, Mt 16,18).

7. Da mesma forma, Pedro é estimado por Jesus como o Pastor chefe, logo após Ele (Jo 21,15-17), de forma especial pelo nome, e sobre a Igreja universal, apesar dos demais apóstolos terem um função similar, mas subordinada (At 20,28; 1Pd 5,2).

8. Pedro é o único apóstolo mencionado pelo nome quando Jesus Cristo orou para que "a sua fé (=Pedro) não desfalecesse" (Lc 22,32).

9. Pedro é o único apóstolo a ser exortado por Jesus para que "confirmasse os seus irmãos" (Lc 22,32) 10. Pedro foi o primeiro a confessar a divindade de Cristo (Mt 16,16)

11. Apenas de Pedro diz-se que recebeu conhecimento divino através de uma revelação especial (Mt 16,17).

12. Pedro é respeitado pelos judeus (At 4,1-13) como líder e porta-voz dos cristãos.

13. Pedro é respeitado pelas pessoas comuns da mesma maneira (At 2,37-41; 5,15).

14. Jesus Cristo associa-se a Pedro no milagre da obtenção de dinheiro para o pagamento do tributo (Mt 17,24-27).

15. Cristo ensina as multidões de cima do barco de Pedro e o milagre que se segue, apanhando peixes no lago de Genesaré (Lc 5,1-11), podem ser interpretados como uma metáfora do papa como "pescador de homens" (cf. Mt 4,19)

16. Pedro foi o primeiro apóstolo a correr e entrar no túmulo vazio de Jesus (Lc 24,12; Jo 20,16).

17. Pedro é reconhecido pelo anjo como o líder e representante dos apóstolos (Mc 16,7).

18. Pedro lidera a pescaria dos apóstolos (Jo 21,2-3.11). O "barco" de Pedro tem sido respeitado pelos católicos como uma figura da Igreja, com Pedro no leme.

19. Apenas Pedro se lança e anda sobre o mar para encontrar Jesus (Jo 21,7).

20. As palavras de Pedro são as primeiras a serem registradas, bem como são as mais importantes, no discurso anterior ao Pentecostes (At 1,15-22).

21. Pedro toma a liderança na escolha do substituto para o lugar de Judas Iscariotes (At 1,22).

22. Pedro é a primeira pessoa a falar ( e a única a ser registrada) após a Pentecostes, tendo sido ele, portanto o primeiro cristão a "pregar o Evangelho" na Era da Igreja (At 2,14-36).

23. Pedro realiza o primeiro milagre da Era da Igreja, curando um aleijado (At 3,6-12).

24. Pedro lança a primeira excomunhão (anátema sobre Ananias e Safira) enfaticamente confirmada por Deus (At 5,2-11)!

25. Até a sombra de Pedro realiza milagres (At 5,15)

26. Pedro é a primeira pessoa após Cristo a ressuscitar uma pessoa (At 9,40).

27. Cornélio é orientado por um anjo a procurar Pedro para ser instruído no cristianismo (At 10,1-6).

28. Pedro é o primeiro a receber os gentios após receber uma revelação de Deus (At 10,9-48).

29. Pedro instrui os outros apóstolos sobre a catolicidade (universalidade) da Igreja (At 11,5-17).

30. Pedro é objeto da primeira mediação divina na Era da Igreja (um anjo o liberta da prisão)(At 12,1-17).

31. Toda a Igreja (fortemente indicado) oferece "fervorosa oração" para Pedro enquanto se encontra preso (At 12,5). 32. Pedro preside e abre o primeiro Concílio da Cristandade, e estabelece princípios que serão posteriormente aceitos (At 15,7-11).

33. Paulo distingue as aparições do Senhor (após sua ressurreição) a Pedro daquelas que se manifestaram aos demais apóstolos (1Cor 15,4-8). Os dois discípulos no caminho de Emaús fazem a mesma distinção (Lc 24,34), nesse momento mencionando apelas Pedro ("Simão"), ainda tendo eles mesmo visto a Jesus ressuscitado momentos antes (Lc 24,31-32).

34. Muitas vezes Pedro é distinto dos demais apóstolos (Mc 1,36; Lc 9,28.32; At 2,37; 5,29; 1Cor 9,5).

35. Pedro é sempre o porta-voz dos demais apóstolos, especialmente durante os momentos decisivos (Mc 8,29; Mt 18,21; Lc 9,5; 12,41; Jo 6,67ss).

36. O nome de Pedro é sempre listado em primeiro no "circuito íntimo" dos discípulos (Pedro, Tiago e João - Mt 17,1; 26,37.40; Mc 5,37; 14,37).

37. Pedro é mais vezes a figura central em relação a Jesus, nas cenas dramáticas tal como o fato de andar sobre a água (Mt 14,28-32; Lc 5,1ss; Mc 10,28; Mt 17,24ss).

38. Pedro é o primeiro a reconhecer e refutar a heresia de Simão Mago (At 8,14-24).

39. O nome de Pedro é mencionado muitas vezes do que os nomes dos demais discípulos em conjunto: 191 vezes (162 como Pedro ou Simão Pedro; 23 como Simão e 6 como Cefas). Em freqüência, João aparece em segundo lugar com apenas 48 menções, sendo que Pedro está presente em 50% das vezes em que encontramos o nome de João na Bíblia![...]Todos os demais discípulos em conjunto são mencionados 130 vezes. [...]

40. A proclamação de Pedro no dia de Pentecostes (At 2,14-41) contém uma interpretação autoritária da Escritura, além de uma decisão doutrinária e um decreto disciplinar a respeito dos membros da "Casa de Israel" (At 2,36) - um exemplo de "ligar" e "desligar".

41. Pedro foi o primeiro carismático, tendo julgado com autoridade e reconhecendo o dom de línguas como genuíno (At 2,14-21).

42. Pedro foi o primeiro a pregar o arrependimento cristão e o batismo (At 2,38).

43. Pedro (presumivelmente) tomou a liderança no primeiro batismo em massa (At 2,41).

44. Pedro comandou o batismo dos primeiros cristãos gentios (At 10,44-48).

45. Pedro foi o primeiro missionário itinerante e foi o primeiro a exercitar o que chamamos hoje de "visitas às igrejas" (At 9,32-38.43). Paulo pregou em Damasco imediatamente após sua conversão (At 9,20), mas não foi para esse lugar com tal objetivo (Deus alterou seus planos). Sua jornada missionária inicia-se em At 13,2.

46. Paulo foi para Jerusalém especialmente para ver Pedro durante 15 dias, no início de seu ministério (Gl 1,18); e foi encarregado por Pedro, Tiago e João (Gl 2,9) a pregar para os gentios.

47. Pedro age (fortemente indicado) como o bispo/pastor chefe da Igreja (1Pd 5,1), exortando todos os outros bispos ou "anciãos".

48. Pedro interpreta profecia (v. 2Pd 1,16-21).

49. Pedro corrige aqueles que distorcem os escritos de Paulo (2Pd 3,15-16).

50. Pedro escreve sua primeira epístola a partir de Roma, conforme atesta a maioria dos estudiosos, como bispo dessa cidade e como bispo universal (ou papa) da Igreja primitiva. "Babilônia" (1Pd 5,13) é codinome para Roma.

Conclusão: Seria impossível acreditar que Deus daria a São Pedro tamanha preeminência na Bíblia se isso não fosse significativo e importante para a história posterior da Igreja, em especial, para o governo da Igreja. O papado é a realização mais completa e plausível a esse respeito. E disso nós temos a certeza...
Autor: Dave Armstrong
Fonte: Site "Mirror of Truth" Tradução: Carlos Martins Nabeto