terça-feira, 19 de junho de 2012

As sete dores de Dom Bergonzini



Com grande pesar eu e muitos católicos do Brasil lamentamos (ainda que confiantes em sua ressurreição) durante essa semana a morte de um grande apóstolo: Dom Luiz Gonzaga Bergonzini. Dom Bergonzini provou até os seus últimos dias o fel destinado aos verdadeiros seguidores de Cristo. Diferente de muitos bispos do Brasil e do mundo que hoje infelizmente preferem adotar uma política mais diplomática em questões de fé e moral, dom Bergonzini disse o que pensava sem medo das críticas ou pensando em elogios. O que ele queria era sobretudo dizer a verdade. Como uma forma de homenagear a este grande bispo eu resolvi fazer nesse post uma comparação com As sete dores de Maria.
Para tanto, escolhi sete fatos dolorosos pelos quais Dom Bergonzini teve que passar nos últimos anos de sua vida, mas que, por outro lado, foram enfrentados com ardor de um verdadeiro jovem. Espero que a sua memória inspire muitos católicos do nosso país a dizer Sim e Não quando um talvez possa envergonhar Cristo.
1- Células-tronco embrionárias;
Numa votação apertada (seis votos a cinco), o STF cedeu ao lobby dos cientistas sem ética e aos cadeirantes enganados. Em contraposição a isso, Dom Bergonzini apoiou o projeto de iniciativa popular lançado pela arquidiocese de Taubaté visando a incluir na Constituição do Estado de São Paulo a garantia legal do direito à vida “desde a fecundação até a morte natural”. Levou assim o projeto de inciativa popular às igrejas de Guarulhos para que o máximo de pessoas pudessem assinar o projeto e de reverter o descarte de vidas aprovado pelo STF.
2-A luta contra o PT;
Pouco antes das eleições presidenciais de 2010, Dom Bergonzini, então arcebispo de Guarulhos, escreveu aos fiéis da arquidiocese o documento “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”,  “para orientar o voto dos fiéis de Guarulhos contra os candidatos contrários aos princípios cristãos, entre eles a candidata à presidência, Dilma Rousseff, favorável à liberação do aborto.” Nesse documento Dom Bergonzini conclama “todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a não darem seu voto à senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais ‘liberações’ [legalização do aborto, casamento gay...], independentemente do partido a que pertençam”. A repercussão nacional acendeu o debate entre os candidatos que tiveram que tornar-se de última hora exímios defensores da vida…
3-A luta contra a farra nas PUCs brasileiras;
Com audácia e intrepidez, Dom Bergonzini quebrou o silêncio  e a surdez mantidas pelas congregações gestoras das PUCs brasileiras. Em seu blog, Dom Bergonzini afirmou: “Se a PUC é da Igreja Católica, [o professor] deve seguir o Evangelho e a moral cristã”. “[A universidade] não pode ter em seu corpo docente professores que contrariem os ensinamentos da Igreja, dentro ou fora da sala de aula”. E ainda: “Os professores abortistas, defensores da eutanásia, da liberação da maconha, da ideologia homossexual ou comunistas podem procurar escolas que defendam essas ideias, por exemplo, UnB, para lecionar nelas. Não podem lecionar numa escola católica, que é totalmente contrária a esses posicionamentos”
4-A luta contra o Kit Gay;
Dom Bergonzini publicou em seu site diversos artigos contra tal kit e contra o ex-ministro Fernando Haddad. Apesar de o kit ter sido derrubado primordialmente pela bancada evangélica, Dom Bergonzini comprou a briga também por parte dos católicos. Em uma publicação Dom Bergonzini questiona: se [o kit] não é assédio, aliciamento e molestamento sexual pró-sodomia, então o que é?”. E ainda alertou os católicos que se não lutassem contra a doutrinação governamental  a ditadura gay não pouparia ninguém, nem mesmo nossos filhos”.
5-A luta contra o Plano Nacional dos Direitos Humanos (PNDH3);
Dentre muitos artigos polêmicos (depois revogados), esse Plano defendido durante o governo Lula propunha a ausência “de símbolos religiosos na vida pública”. Novamente em seu blog, Dom Bergonzini questiona: “O que será de nossa amada Pátria se os símbolos protetores de Jesus Cristo, Nossa Senhora e os Santos forem enxotados dela?” Também criticou a tentativa de liberação do aborto defendida no PNDH3 no mesmo documento “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” denunciando que “Apesar de 70% dos brasileiros e cristãos terem se manifestado contra a descriminalização do aborto, [...]o PT estaria levando o país na contra mão da democracia reconquistada há pouco e com fadiga.”
6-O abandono dos irmãos no episcopado;
Além de ter seu documento “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” censurado pela CNBB, se não me falha a memória, Dom Bergonzini foi uma das únicas vozes episcopais a se manifestar abertamente contra o PT durante as eleições de 2010. Em entrevista à Folha, Dom Bergonzini questionou magistralmente a suposta recomendação de neutralidade aos bispos: “Em primeiro lugar, que recomendação é essa? A CNBB não tem autoridade nenhuma sobre os bispos. Eu segui a voz da minha consciência. Sou cristão de verdade e defendo o mandamento “não matarás”. Não tem esse negócio de “meio termo”. Seu martírio conclui-se com um manifesto contrário a sua postura assinado por sete bispos traidores no qual é dito: “declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff”.
7-O aborto de anencéfalos;
Depois da desastrosa aprovação do uso de células-tronco embrionárias, o STF aprovou o aborto legal de anencéfalos.  Como dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, escolhi uma imagem que mostra de modo fantástico a luta de Dom Bergonzini pela vida em nosso país:
Photobucket
Abril de 2012. Dom Bergonzini, único bispo presente nas manifestações contra o aborto de anencéfalos, reza o terço em frente ao STF.
Dom Bergonzini, chamado “Leão de Guarulhos”, interceda por nós porque a batalha continua!

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