terça-feira, 9 de abril de 2013

Governo do PT usa caso Marco Feliciano para abafar investigação contra Lula

Julio Severo
A polêmica envolvendo a oposição ferrenha das esquerdas contra a permanência do deputado Pastor Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados virou manobra. O PT está usando o caso Feliciano como cortina de fumaça para abafar a investigação do Ministério Público Federal sobre o envolvimento de Lula no escândalo do Mensalão do PT.
Lula anda feliz da vida com o caso Marco Feliciano
Na opinião dos petistas, Lula é um intocável. Por isso, os holofotes sobre Feliciano são indispensáveis para manter os olhos do público o mais longe possível de Lula, o poderoso chefão responsável pelo período mais corrupto da história brasileira.
Enquanto esteve no Palácio do Planalto, o ex-metalúrgico se lambuzou nas benesses do poder e comandou o esquema criminoso que não se limitou apenas à compra de parlamentares, mas dedicou-se também ao desvio de dinheiro público e ao recebimento de enormes e imundas quantias de empresários.
Agora que o chefão do esquema criminoso está sob investigação do MPF, o governo de Dilma Rousseff colocou as mangas de fora. O governo petista, que até agora estava calado diante do caso Marco Feliciano, começou a atacar o presidente da CDH. A primeira a atacar foi a ministra Maria do Rosário, da Secretaria dos Direitos Humanos, uma comunista radical que vê com normalidade as atrocidades comunistas cometidas em Cuba contra os cristãos e dissidentes. Em seguida, entrou em cena a ministra Luiza Bairros, da Secretaria da Promoção da Igualdade Racial, que assinou moção contra Marco Feliciano.
Se o objetivo dessas militantes petistas fosse defender os direitos humanos e combater a discriminação, elas não tentariam proteger o chefão atacando Feliciano. Elas criticariam o chefão e ainda pediriam que o MPF ampliasse a investigação para tratar das amizades que o governo de Lula mantinha com tiranos cujas ditaduras são notórias por violação de direitos humanos.
Denunciar ligações do governo brasileiro com ditaduras sanguinárias como Cuba e Irã seria defender os direitos humanos.
Pelo menos, por que então não cobram do MPF uma investigação séria sobre o misterioso assassinato de Celso Daniel e das testemunhas de seu assassinato?
Por que não cobram do MPF o desperdício de centenas de milhões de reais aprovados para promover a agenda gay, inclusive o kit gay? Sob o controle do PT, a Comissão de Direitos Humanos aprovou centenas de milhões de reais para homossexualizar as crianças do Brasil.
Agora, o PT quer matar dois coelhos numa cajadada: 1) Quer enxotar Feliciano da presidência da CDH, a fim de continuar aprovando recursos multimilionários para a homossexualização das crianças do Brasil. 2) Quer usar Feliciano como cortina de fumaça para proteger o poderoso chefão e outros criminosos do PT.
Nessa manobra, o PT está confortável com os aliados: imprensa comprada, partidos socialistas, militantes desordeiros da OAB e protestantes progressistas, que se dizem vozes proféticas para apoiar o socialismo, mas são mudos quando a necessidade manda denunciar a agenda de aborto e homossexualismo do governo do PT ou seu controle sobre as pessoas como se fosse um deus.
São um bando de anarquistas de boteco, com discursos embusteiros e interesseiros, beneficiados pelo sistema louvado por eles.
Durante as eleições presidenciais de 2002, 2006 e 2010, o PT (em comunhão com as esquerdas evangélicas) usou convenientemente líderes e congregações evangélicas incautas para se eleger e se manter no poder.
Feliciano foi um desses incautos.
Ele apoiou Dilma Rousseff em 2010 e hoje, por não seguir a imoral cartilha socialista, sofre a ira do PT, da imprensa, das esquerdas seculares e das esquerdas evangélicas.
Com o caso Feliciano nos holofotes, os petistas estão felizes da vida com os evangélicos incautos, que são usados para manter Lula e seus crimes encobertos por espessa neblina.
Se Feliciano fosse como os protestantes progressistas, o PT não perderia o controle da CDH, nem perderia milhões para a agenda gay e nem precisaria usá-lo como cortina de fumaça.
Espero que Feliciano enxergue o mal do socialismo, que está trabalhando febrilmente para sacralizar o homossexualismo e o aborto e colocar o Estado como deus da sociedade, famílias, igrejas, etc.
Afinal, ele já sabe o que acontece com os que ficam no caminho desse deus.
Com informações de Ucho.info

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Existe arrependimento e perdão no Inferno?


Dom Estevão Bettencourt (OSB)
«Como pode o Pai do Céu, que é infinitamente bom, condenar o homem a um inferno eterno, quando os pais na terra não castigam seus filhos com punições sem fim ? Certamente Deus há de perdoar aos pecadores que se acham no inferno».

A dificuldade acima provém de uma concepção errônea do inferno: supõe, seja este um castigo que Deus na hora do juízo concebe mais ou menos arbitrariamente para atormentar a criatura; em tal caso, a sentença divina poderia ser reformada ou até cancelada por anistia, à semelhança do que se dá nos tribunais humanos…

Na verdade, a condenação ao inferno não depende propriamente de um veredito divino pronunciado após a morte do pecador; é, antes, a consequência muito lógica de certos princípios que caracterizam a existência do ser humano, de modo que se pode dizer que, anteriormente a uma sentença divina positiva, já o pecador lavrou sua sorte infernal; não é preciso que Deus tome alguma deliberação especial para que o inferno se torne realidade para o pecador.

É o que vamos recordar sumariamente, remetendo o leitor para quanto já foi dito sobre o inferno em «P. R. 3/1957. qu. 5.
1. Todo homem traz em si uma aspiração inata e incoercível ao Bem Infinito, que é Deus (todos querem ser bem- aventurados sem que possam assinalar limites a essa sua sede de bem-aventurança).
2. Para conseguir a felicidade a que aspiram, Deus outorgou às criaturas humanas o livre arbítrio. Este lhes confere dignidade própria, fazendo que se movam, e não sejam simplesmente movidas, em demanda do Fim Supremo.
3. Se o homem, utilizando devidamente a sua liberdade de arbítrio, adere ao infinito ou a Deus, compreende-se que esta atitude se lhe torne fonte de alegria e felicidade imensas; pois então convergem para o mesmo objetivo as aspirações inatas de sua natureza humana e a opção consciente da vontade livre.
4. Admita-se, porém, que a criatura humana livremente preste adesão, e adesão total, a um bem criado (dinheiro, gozo, fama…), afastando-se conscientemente de Deus…

De tal atitude não pode deixar de resultar tremendo dualismo ou penosa dilaceração dentro da alma humana; a sua natureza, feita para o Bem Infinito, continua a bradar por Deus, enquanto a vontade adere a um bem finito.

Convém aqui lembrar que a adesão a um bem finito capaz de provocar tal dilaceração é chamada «pecado mortal», o qual só se dá quando as três seguintes condições são simultaneamente preenchidas:
a)              haja matéria grave,
b)              haja pleno conhecimento de causa (ato da inteligência),
c)              haja vontade deliberada e consciente de aderir ao bem finito.
Caso estas três condições sejam preenchidas, toda a personalidade humana (por suas faculdades características: o intelecto e a vontade) está empenhada.
5. Enquanto o pecador é peregrino neste mundo, pode mitigar o drama que ele traz em seu íntimo: ocupando-se com as tarefas e as diversões da vida cotidiana, vai encobrindo aos seus próprios olhos a dura realidade de sua alma, e esquece, ao menos parcialmente, a dilaceração de sua personalidade.

6. Suponha-se, porém, que tal indivíduo venha a morrer nessa situação: sua alma se separa do corpo e deixa de usufruir, da parte das criaturas sensíveis, os paliativos que a consolavam neste mundo.

A consequência será clara: tal alma continuará a trazer dentro de si o desejo profundo e espontâneo de se saciar no Bem infinito; tal desejo está impregnado na natureza humana e é incoercível; nenhuma criatura humana pode ser concebida sem essa aspiração ou sem esse sinete característico. A mesma alma, porém, tomará consciência clara da monstruosidade de seu estado: sim, verificará que a sua vontade livre terá dirigido toda a personalidade do indivíduo para um bem limitado e lacunoso, incapaz de a satisfazer; ao finito terá dado a adesão que devia ter prestado ao infinito. E não lhe será possível «esquecer» essa situação, pois não terá em torno de si algum dos objetos sensíveis que lhe serviam de paliativo neste mundo.

Daí redunda a mais profunda dilaceração de que seja capaz a criatura: de um lado, haverá o brado espontâneo da natureza, anterior a qualquer deliberação, brado voltado para Deus, o Infinito; do outro lado, existirá deliberada entrega da vontade a uma criatura, ao finito; estes dois clamores estarão em luta entre si, dividindo ou retorcendo (por assim dizer) a alma.

7. Tal é o estado em que, logo após a morte, entra naturalmente a alma de quem tenha pecado gravemente. Vê-se então como, antes mesmo que Deus profira alguma sentença sobre ela, essa alma já traz dentro de si o inferno, ou o maior tormento possível. O juízo póstumo que o Senhor formula a seu respeito, não vem a ser senão o reconhecimento de tal situação; nada de novo induz na sorte que tal alma ocasionou para si.

Mas porque é que o Senhor reconhece e não muda essa ordem de coisas vigente na alma do réu ?

O Senhor não a muda, porque só o faria forçando ou violentando a livre deliberação da criatura. Ora Deus, que dotou de personalidade livre o ser humano, não lhe retira a dignidade assim outorgada; antes, respeita-a plenamente.

Seja lícito lembrar de novo o seguinte: todo pecado grave supõe, da parte do homem, claro conhecimento do mal e pleno desejo de o cometer; supõe, portanto, uma tomada de posição consciente e livre de toda a personalidade humana frente à mais séria das questões, que é a questão do Fim Último. Não se poderá, por conseguinte, tachar de pecado mortal qualquer ação que tenha aspecto de culpa grave, pois nenhum observador humano é capaz de penetrar o íntimo das consciências para lá discernir as possíveis atenuantes da culpabilidade. Não nos é lícito, por conseguinte, em caso algum supor ou afirmar que determinada pessoa está no inferno. Se a justiça humana leva em conta os estados de obsessão e diminuída responsabilidade dos criminosos, muito mais a Justiça Divina os considera, de modo que ninguém padece a triste sorte do inferno sem realmente se ter encaminhado para ela.
8. Contudo talvez insista alguém: afinal, Deus, que é sumamente misericordioso, não poderia perdoar ?

— Sim ; Deus poderia perdoar, e de fato, perdoa às suas criaturas, desde que, da parte destas, uma condição se verifique: haja repúdio do pecado ou arrependimento; em caso contrário, isto é, se a criatura não o quer receber, vão se torna o perdão. Ora acontece justamente que nenhuma das almas que morrem em pecado mortal e, por conseguinte, nenhum dos réprobos do inferno se quer arrepender e voltar para Deus, por muito tormentosa que seja a sua situação. Com efeito, a alma só muda de disposições ou se arrepende quando unida ao corpo; é só mediante a atividade dos sentidos externos e internos que ela pode conceber novos conhecimentos e desejos; por conseguinte, quando se separa do corpo ou dos sentidos, a alma humana se fixa irrevogavelmente na última disposição que teve durante esta vida (amor ou ódio a Deus). O pecador, portanto, que morra com aversão a Deus e apego apaixonado à criatura, para o futuro sentirá, de um lado, a tremenda dilaceração que este afeto acarreta, mas, de outro lado, não desejará em absoluto voltar para Deus, desfazendo-se do seu amor desregrado ao finito; não o desejando, está claro que o Senhor não o forçará.

Vê-se assim algo de aparentemente paradoxal, mas sumamente verídico e significativo: não há quem esteja no inferno e daí queira sair; os réprobos sofrem, mas não querem abandonar o estado que lhes motiva o sofrimento. Se algum deles pedisse perdão, Deus não lho negaria.

Esta afirmação é ilustrada pela parábola do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-32). Não há dúvida, tal trecho do S. Evangelho visa incutir a suma confiança em Deus cuja misericórdia surpreende a expectativa humana; o Senhor perdoa ultrapassando todas as categorias da benevolência humana. Contudo a parábola bem mostra que esse perdão só é outorgado à criatura que, cheia de arrependimento o deseje e peça: «Pai, pequei contra o céu e contra Ti; já não sou digno de ser chamado teu filho» (Lc 15,18), exclamou o herói da narrativa. Ora foi justamente o fato de se ter reconhecido indigno que lhe mereceu ser recebido como filho bem-amado!… Oxalá os homens que se afastam de Deus, procedessem até as últimas instâncias como o filho pródigo! Então seriam sempre tratados como este…
9. Deve-se observar outrossim que o estado aflitivo do réprobo não tem fim, porque a alma humana é, por sua natureza, imortal (não consta de partes que se desgastem e decomponham); cf. «P.R.» 2/1957, qu. 5.

Deus poderia, a rigor, aniquilar as criaturas que estão no inferno. Ele não o faz, porém, pois a existência desses seres tem seu sentido no conjunto do universo. Note-se bem que o centro ou o ponto de referência de todas as criaturas não é o homem, mas Deus; todas as criaturas são chamadas a dar glória a Deus; portanto, desde que realizem esta finalidade, sua existência tem valor no grande quadro do universo. Ora o pecador sofre no inferno justamente porque reconhece que Deus é sumamente bom e que ele voluntàriamente se incompatibilizou com o Sumo Bem (se não reconhecesse a Bondade de Deus, o réprobo não sofreria). Vê-se então que o tormento mesmo do pecador é proclamação da perfeição e da santidade de Deus; destarte a existência do réprobo não é vã, mas preenche sua finalidade primária e suprema.

A modalidade de que essa existência, para o respectivo sujeito, é infeliz, torna-se secundária; Deus fez o homem para ser, e ser sempre (claro está que… à semelhança do Exemplar Divino, o qual é sempre feliz) ; a modalidade de ser feliz, porém, Deus a quis tornar dependente da livre opção do homem; este a pode frustrar. Contudo, o bem fundamental que é o ser, existir, Deus o quis tomar a seus exclusivos cuidados; o Criador o dá irrevogàvelmente; não o retira, mesmo que o homem não cumpra a sua parte, abusando do dom do Benfeitor. O homem, por conseguinte, existirá sempre, como Deus planejou bondosamente, mesmo que, em consequência de uma livre opção sua, não exista feliz. Sua existência, mesmo nessas circunstâncias, não carecerá de significado e valor.

10. Talvez ainda nos aflore à mente uma última dúvida: Deus, sabendo que tal ou tal criatura se perderia no inferno, não poderia ter deixado de a criar? Não deveria ter feito apenas criaturas que usassem da sua liberdade para o bem?
Reflitamos um pouco sobre o valor dessa «sedutora» solução do problema. «Liberdade» diz, por seu conceito mesmo, variedade e multiplicidade de realizações; é natural, portanto, que a liberdade humana se afirme na história com essa multiplicidade de formas que a caracterizam; se tal variedade não se verifica, tem-se estranha liberdade, … liberdade artificialmente canalizada numa só direção; ora, isto não sendo normal, não se poderia pretender que Deus procedesse assim. O essencial é que nenhuma das criaturas livres, mesmo usando plenamente da sua liberdade, deixe de ser uma expressão da santidade do Criador; ora isto se verifica também nos réprobos, os quais, por todo o seu ser, no inferno, proclamam a Perfeição e, em particular, a Bondade do Criador.

O Senhor não criou seres livres que artificialmente só optassem por um alvitre, como também não criou flores de papel, mas criou flores naturais; é somente o homem que, não podendo produzir flores naturais, fabrica flores artificiais, flores que não murcham,… mas flores que parecem ser flores, quando, na verdade, não o são!
11. Outras questões atinentes ao inferno já foram abordadas em «P. R.» 3/1957, qu. 5. O que interessava, na presente questão, era mostrar que o inferno nada tem de arbitrário da parte de Deus; não é um castigo que o Criador estipule atendendo a um código de penas e sanções, à semelhança do que se dá na justiça humana, código naturalmente reformável… O inferno, em verdade, não é senão a última consequência da violação dos princípios que definem a estrutura do ser humano: quem voluntariamente ingere veneno, morre, simplesmente porque contradisse as leis que regem a vida física do homem…
Dom Estêvão Bettencourt (OSB)